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LEWIS

Por

Rui Ferreira Pinto

Publicado em

Dezembro 19, 2018

Tags

Comunicação, Marketing, tendências de mercado

A tecnologia está a evoluir, as relações cliente / marca estão a mudar e a batalha para nos destacarmos num mundo hiperconectado continua.


Então, o que é que 2019 tem reservado para as marcas, para os profissionais de marketing e consumidores? Perguntámos aos nossos especialistas de comunicação global quais as suas 10 previsões.

10 tendências de comunicação e marketing em 2019

A morte do clickbait

“VOCÊ PRECISA LER ISSO!”

As mensagens grandes e ousadas na capa dos jornais têm um objetivo principal que é o mesmo há décadas: fazer com que as pessoas leiam o artigo. Seja ele escandaloso ou sensacionalista, o que interessa é que desperte emoções dentro de nós, sejam elas positivas ou negativas.

No mundo online o mesmo acontece com o clickbaiting. Atualmente, os jornalistas têm objetivos que se baseiam na quantidade de visualizações que os seus artigos devem gerar. Como é lógico, ao utilizar uma manchete com palavras ou imagens provocativas, o leitor será impelido a abrir o artigo, mesmo que o assunto nem seja 100% do seu interesse. Só o facto do leitor ter feito um clique, gerou por si só uma nova visualização de página e demonstra que – ainda que não obrigatoriamente – o criador do conteúdo se envolveu com o público!

Muitas empresas têm uma estratégia semelhante: atraem o potencial comprador para o site com uma mensagem emocional que promete um novo produto ou um serviço que “VAI MUDAR A SUA VIDA!”. Se o conteúdo convencer o leitor que o produto / serviço é realmente bom, então a missão foi bem sucedida. O problema é que nem sempre isto acontece e o as expetativas criadas foram totalmente em vão. É nestes casos que o “marketing clickbait” pode – e muito – prejudicar uma marca.

Embora os cliques se tenham tornado um fator importante para medir o desempenho do conteúdo, eles fornecem uma métrica enganosa. Mesmo que o leitor entre na página, se não permanecer o tempo suficiente para ler o seu conteúdo, para não o partilhar ou não preencher nenhum formulário para subscrição de (p.ex.) uma newsletter, então a sua estratégia de conteúdo não tem valor. Não estará a contribuir para a boa imagem da sua marca e não irá criar uma audiência leal e envolvente.

Cada vez mais profissionais de marketing entendem que o conteúdo tem igual importância – se não mais ainda – que o próprio clique. Acreditamos portanto que uma das tendências de comunicação de 2019 será a morte do clickbait “tradicional”, podendo no entanto surgir uma nova estratégia de marketing de clickbait, agora mais orientada para o conteúdo.

 

UX atinge novos patamares graças ao 5G

UX mobile

Em 2015, a Google anunciou que pela primeira vez as pesquisas em dispositivos móveis ultrapassaram o desktop. Desde então, as melhorias na tecnologia abriram uma série de novas oportunidades para os designers! A experiência do utilizador sempre foi o foco do design móvel, mas em 2019 esperamos ver a UX atingir novos patamares à medida que as possibilidades de design arrojado e recursos interessantes aumentam.

Quando o 5G começar a ser lançado, os utilizadores terão à sua disposição velocidades que nunca viram antes num dispositivo móvel. Na verdade, a velocidade média de download no “mundo real” para 4G é de 20Mbps, enquanto que o 5G “voa” para a frente com mais de 10Gbps! Para os designers, isso significa que elementos como animações e vídeos poderão ser utilizados ​​para criar um UX dinâmico e interessante.

Anteriormente, a simplicidade era fundamental. Velocidades lentas obrigavam os designers a focarem-se no básico para atender às expectativas do utilizador. Em 2019, no entanto, é espectável que isso mude. Espere ver um aumento de conteúdos envolventes com uma maior utilização do vídeo, bem como a incorporação de recursos como assistentes de voz, chatbots, realidade aumentada e personalização.

Comece já a contagem decrescente até ao lançamento dos primeiros dispositivos 5G e prepare-se para um ano emocionante em UX e design.

 

Mais e melhores pesquisas por voz

De acordo com o Google, 20 a 25% das pesquisas atuais são feitas com recurso à pesquisa por voz. Desta forma, é seguro apostar que essa proporção aumentará com o aumento do uso de novos assistentes virtuais, ainda mais rápidos e melhores do que o Siri ou o Alexa.

Nos dias de hoje, 40% dos adultos realizam pelo menos uma pesquisa por voz por dia, e estima-se que quase 50% das buscas serão realizadas vocalmente até 2020. Essa tendência envolve uma nova visão de “busca”; enquanto que as pesquisas escritas utilizam palavras-chave simples, as pesquisas por voz são geralmente formuladas como perguntas específicas (onde? como? porquê? quando?). O interessante ao analisar as pesquisas com recurso às long-tail keywords (palavras-chave longas como “Onde posso almoçar no centro de Lisboa?”) é que elas permitem entender melhor as intenções do utilizador. É possível desta forma otimizar o conteúdo de acordo com as expectativas específicas.

Enquanto isso, a Caixa de Pandora foi aberta, e os produtos da Amazon, da Apple e da Microsoft estão a evoluir para atender à crescente procura por dispositivos habilitados para voz. Cada ano que passa, mais e mais casas tornam-se habilitadas para pesquisas por voz.

 

O conteúdo será personalizado

Os últimos oito anos viram o nascimento e a explosão de uma internet responsiva, onde o conteúdo se adapta visualmente a diferentes dispositivos. É por isso de esperar que ao longo de 2019 esse conceito se expanda, à medida que o conteúdo comece adaptar-se aos comportamentos e demografia dos utilizadores.

Já vimos vários exemplos disso: a Netflix e o Spotify já recorrem a algoritmos complexos para fornecer conteúdos musicais de acordo com os gostos dos utilizadores; o Facebook recorre ao marketing direcionado com base nos likes feitos em fotos e páginas; e a Amazon sugere a compra de produtos com base nas pesquisas e visualizações de produtos semelhantes. Qual será o próximo passo para a personalização da web?

Avanços em inteligência artificial, UX avançado e big data impulsionarão as organizações a filtrar não apenas o conteúdo que vê, mas também a forma como o vê. A sua experiência na internet será filtrada para corresponder, por exemplo, à sua idade, localização, sexo e hábitos de compra / navegação. Verá que as sugestões de conteúdos que serão apresentados, assim como sugestões de compra de produtos, serão muito mais precisas.

Não só os consumidores vão perder menos tempo a vasculhar conteúdo irrelevante, como as empresas podem esperar um aumento de receita. Prova disso são as lojas de comércio eletrónico (eCommerce) que utilizam personalização e que atualmente já relatam um aumento de 94% nas conversões.

Claro, tendo em conta todos os itens acima, existem questões enormes que se levantam em torno da privacidade. Os consumidores estarão preparados para abrir mão de mais dados para uma experiência mais simplificada? As tendências de comunicação atuais sugerem que sim.

 

Micro influenciadores serão uma alternativa atraente

micro influencer

2018 viu a ascensão e a queda de diversos influenciadores através das redes sociais. Ao longo do ano foram feitos avanços e esforços no sentido de erradicar seguidores falsos das principais plataformas sociais. Tudo destinado a garantir a autenticidade e honestidade que um influenciador pode fornecer a um negócio. Curioso será também observar que as empresas estão cada vez menos interessadas em trabalhar com grandes influenciadores que oferecem exposição, mas não envolvimento social.

Como o custo de trabalhar com macro-influenciadores (50.000 ou mais seguidores) a continuar a aumentar, mais e mais empresas estão à procura de alternativas, e é por isso que 2018 tem sido um ponto de viragem em termos de refletir o valor de um influenciador. É aqui que entram micro-influenciadores.

Vimos um afastamento das métricas “de vaidade” utilizadas, como o número de seguidores e alcance, e um movimento em direção a métricas quantificáveis, como o engagement e vendas. O nível de engagement e valor que um micro-influenciador oferece é tal, que não veremos essa tendência desaparecer tão cedo. Os micro-influenciadores (na sua maioria) permanecem fiéis aos pilares chave: imparcialidade, autenticidade e relevância.

Leia a segunda parte para saber quais as próximas cinco tendências de comunicação para 2019?

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