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LEWIS

Por

Rui Ferreira Pinto

Publicado em

Abril 18, 2019

Tags

Comunicação, Marketing, Relações Públicas

Quer estejamos numa reunião de equipa ou a fazer uma apresentação para uma audiência, todos nós temos que falar em público de vez em quando. Podemos fazê-lo bem ou podemos fazê-lo mal, mas uma coisa é certa: o resultado final irá afetar o que as outras pessoas vão ficar a pensar sobre nós. É por isso que falar em público causa tanta ansiedade e preocupação. A boa notícia é que com preparação, prática e outras técnicas, irá superar o seu nervosismo e sair-se excecionalmente bem!


A capacidade para falar em público pode abrir portas, mas também pode fechá-las. Por exemplo, se o seu trabalho consiste em trabalhar diretamente com o público, uma má impressão poderá custar-lhe um novo contrato ou até uma venda valiosa. Ao integrar uma nova equipa de trabalho, é igualmente importante que a primeira impressão seja a melhor. Ao criar uma (primeira) imagem de pessoa que tropeça nas palavras e não olha os outros nos olhos, mais tarde terá de trabalhar arduamente para a conseguir mudar.

Saiba como falar perante as pessoas e a sua vida irá mudar!

Saiba mais sobre esta e outras técnicas no nosso post “11 Técnicas de Comunicação para Relações Públicas”.

 

Estratégias para falar em público

Várias técnicas podem ser aprendidas de forma relativamente fácil. Veja como se pode tornar um melhor comunicador.

  1. Início e final com impacto

  2. Treine e grave as suas falas

  3. Envolva o público

  4. Tenha atenção à linguagem corporal

  5. Teste os seus equipamentos

  6. Resolva um problema

  7. Tenha o público a seus pés

  8. Conte uma história.

  9. Utilize uma app

  10. Sorria. Sorria muito.

  11. A plateia perdoa erros

  12. Aprenda com os melhores

 

1- Início e final com impacto

Os inícios dos discursos são muitas vezes determinados pela qualidade de como começam. Dificilmente uma plateia terá interesse no que tem para dizer se uma imagem negativa já estiver criada na sua cabeça.

Comece em grande e deixe a sua marca!

Existem várias formas de o fazer, mas nenhuma chama tanta atenção do público, e cria memórias futuras, como o uso de uma boa história. De acordo com o livro “Made to Stick: Why Some Ideas Survive and Others Die“, no decorrer de um discurso, apenas um em cada dez estudantes conta uma. Curioso será constatar que após o final do discurso, cerca de 63% do público diz lembrar-se das histórias que foram contadas. Parece desta forma óbvio esta é uma ótima forma de iniciar uma apresentação.

No decorrer da sua mensagem é importante também “colar” as informações e os factos a exemplos que sejam claros. As ideias são mais facilmente memorizadas se tiverem uma história por trás e se despertarem algum tipo de emoção. Imagine o exemplo:

“Morreram milhares de pessoas em Nova Iorque”

“Morreram 2996 pessoas no ataque terrorista ao WTC em Nova Iorque”

Qual das duas frases desperta um sentimento de maior proximidade com a tragédia? Em qual delas conseguimos perceber de facto a dimensão real do que aconteceu?

No final, existem também várias formas de concluir um discurso de forma correta. Poderá fazer um resumo de todos os pontos abordados ou, caso sejam demasiados, foque-se nos mais importantes; volte à informação e à história que desenvolveu inicialmente para que possa colocar um ponto final; peça ao público para fazer algo ou projete uma visão do que prevê que seja o futuro no tema em questão.

 

2- Treine e grave as suas falas

Pratique o que vai dizer muitas (e muitas) vezes. O medo de estar perante uma plateia a ouvir cada palavra do que vai dizer, poderá ser o primeiro passo para que “congele” no momento errado.

Enquanto treina, e sempre que possível, experimente gravar as suas apresentações e discursos. Poderá melhorar drasticamente as suas habilidade de conversação ao observar-se mais tarde e, de seguida, trabalhar para melhorar as áreas que não correram tão bem. Preste especial atenção às muletas verbais como o “aaaah”, “hmm” ou “tipo”. Observe a sua linguagem corporal: está a balouçar, está apoiado em algo? Mexe demasiado as mãos sem qualquer propósito aparente? Olha para o público? Sorriu? O discurso foi claro do principio ao fim?

E como será que irá lidar com um espirro ou uma pergunta que não estava preparado? Peça a ajuda a um amigo e pratique as interrupções. O seu rosto vai mostrar surpresa? Medo? Hesitação? Se sim, este é outro dos pontos a melhorar.

 

3- Envolva o público

Enquanto estiver a falar, tente envolver o seu público. Isso faz com que se sinta menos isolado enquanto orador e mantém o público envolvido na mensagem que quer transmitir. Se for apropriado, faça perguntas direcionadas a indivíduos ou grupos e incentive as pessoas a participar e e colocar questões.

Tenha em mente que algumas palavras reduzem o seu poder como orador. Por exemplo, pense em como essas frases soam: “Queria só acrescentar que acho que podemos atingir essas metas” ou “Eu acho que este plano é bom”. As palavras “só” e “acho” limitam a sua autoridade e convicção. Não as utilize. Não peça permissão para afirmar algo e não tenha dúvidas do que está a dizer.

Uma expressão semelhante é “na verdade”, como na frase “Na verdade, gostaria de acrescentar que estávamos abaixo do orçamento no último trimestre”. Quando utiliza a expressão “na verdade”, isso transmite uma sensação de submissão ou mesmo surpresa. Em vez disso, explique concretamente o que se passou: “Estávamos abaixo do orçamento no último trimestre”. Mais claro e mais direto.

Preste também atenção à forma como fala. Se está nervoso, poderá começar a falar demasiado rápido e isso irá aumentar drasticamente as chances de “tropeçar” nas suas palavras ou de dizer algo que não quer. Force a si mesmo uma desaceleração e respire profundamente. Não tenha medo de organizar os seus pensamentos; pausas são uma parte importante da conversa e transparecem confiança, naturalidade e autenticidade.

Finalmente, evite ler palavra por palavra o que tem escrito nas suas anotações. Em vez disso, faça uma lista de tópicos importantes ou, à medida que for aumentando a sua confiança de falar em público, tente memorizar o que vai dizer – não se esqueça que poderá consultar os tópicos que escreveu sempre que precisar.

 

4- Tenha atenção à linguagem corporal

Caso ainda não tenha reparado, a sua linguagem não-verbal vai dando pequenas pistas sobre o seu estado de espirito. Se está nervoso, ou se não acredita no que está a dizer, o público poderá ficar a saber em breve.

Preste atenção à sua linguagem corporal: fique em pé (e direito), respire profundamente, olhe as pessoas nos olhos e sorria. Não se apoie numa perna ou faça gestos que não sejam naturais.

Muitas pessoas preferem falar atrás de um pódio quando fazem apresentações. Embora os pódios possam ser úteis para colocar/pousar notas, estes colocam uma barreira entre si e o público. Eles também se podem tornar num “esconderijo”, dando-lhe um local para esconder das dezenas ou centenas de olhos que estão a observá-lo.

Em vez de ficar de pé atrás de um pódio, ande e utilize gestos para envolver o público. Este movimento e energia também vão ser transmitidos pela sua voz, tornando-a mais ativa e apaixonada.

 

5- Teste os seus equipamentos

Chegue ao local com tempo suficiente para fazer as verificações que forem necessárias. Comece por se ambientar ao local onde irá falar e, se possível, pratique um pouco utilizando o microfone e quaisquer recursos visuais.

Não se esqueça de verificar também todos os componentes tecnológicos que poderá necessitar. Não existe nada mais aborrecido do que dificuldades técnicas de última hora. Evite aumentar ainda mais o stress testando todo e qualquer equipamento e funções audiovisuais com antecedência.

E claro, leve sempre backups. Uma pen extra ou uns apontamentos a mais poderão dar jeito no caso de algum imprevisto.

 

6- Resolva um problema

Uma dica incrível sobre como falar em público, é enquadrar o seu discurso em torno da resolução de problemas. Todos os grandes discursos começam com um problema que todos nós reconhecemos – isso transforma-se instantaneamente numa “dor comum” com a qual nos podemos relacionar e queremos resolver. É o problema de “o que é que está errado” nesta situação? Isso captura a atenção das pessoas.

Em seguida, o orador promete uma solução para esse problema – o que alivia a preocupação e proporciona alívio ao público. Este é o “o que poderia ser”. Os melhores discursos variam entre problemas e soluções, levando assim o público a percorrer uma jornada emocional.

Exemplo: o famoso discurso de Martin Luther King Jr. “Eu tenho um sonho!” (“I have a dream!”) :

  • Problema: “A América deu ao povo negro um mau cheque, um cheque que voltou marcado com ‘fundos insuficientes’ “.
  • Solução: “Mas recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça está falido. Recusamo-nos a acreditar que não existem fundos suficientes no grande cofre das oportunidades desta nação. Nós viemos para descontar este cheque, um cheque que nos dará as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. ”

Qualquer um pode fazer isto com pequena ou grande audiência. Por exemplo, experimente fazer isto nas suas apresentações:

  • Problema: “Quantas vezes já entraram numa festa ou evento de networking e sentiram-se instantaneamente desconfortáveis e sem saber o que fazer e dizer?”
  • Solução: “A melhor forma de combater esse desconforto é com um discurso bem conseguido e uma atitude positiva.”
  • Problema: “A componente mais difícil do processo de vendas é criar a confiança. Adoramos o nosso produto, adoramos a marca, mas não fazemos ideia de como podemos partilhar esse amor com um potencial cliente sem parecer demasiado agressivos ou com conversa desinteressante.”
  • Solução: “Há uma forma incrivelmente fácil de corrigir isso. O seu nome é: indicadores de confiança ”.

Que problemas pode resolver?

cubo de rubik

 

7- Tenha o público a seus pés

Ah! A ovação de pé. O momento mais cobiçado pelos oradores e mais esperado pelo público. É a recompensa final para um discurso bem dado. Mas porque será que alguns oradores conseguem criar um impacto emocional tão profundo que nos colocamos em pé – em triunfo – para os aplaudir? Emoção. Este é o principal erro que os oradores cometem:

Pensar que credibilidade significa não transparecer emoções.

Muitos oradores que tentam passar uma imagem profissional e séria, pensam que é necessário fazer discursos diretos e sem emoção. Este é o problema com a maioria das TED Talks menos populares. São discursos interessantes e bem apresentados, mas que por sua vez são rígidos e chatos! Ter emoções, importar-se com o seu trabalho e colocar energia na sua palestra, NÃO o torna menos profissional.

Emoções são os condimentos dos discursos.

As emoções adicionam sabor e personalidade à sua palestra, às suas histórias e às suas ideias. Aqui estão algumas das emoções mais comuns que os oradores podem adicionar aos seus discursos. Tem alguma história em que possa incorporar estas emoções?

  • Paixão
  • Vulnerabilidade
  • Temor
  • Arrependimento
  • Excitação
  • Medo
  • Poder

 

8- Conte uma história

Alguma vez lhe disseram “Não conte, mostre”? O mesmo se aplica aos oradores. Os oradores podem mostrar ao público os problemas e as soluções, mas descrever os problemas na vida real e as respetivas soluções exigem uma história. As histórias são incrivelmente poderosas porque os nossos cérebros adoram devorá-las! Pesquisas demonstram que, à medida que conta uma história, o cérebro do recetor é ativado como se eles próprios estivessem na história! Isso não só capta a atenção das pessoas, como torna os tópicos que abordar muito mais memoráveis. Se ainda não estiver convencido, veja a importância que uma história pode ter.

“Eu amo a ciência e costumava colocar tantos estudos e factos nas minhas apresentações quanto fosse possível. Os meus slides powerpoint estavam cheios de tabelas incríveis e gráficos impressionantes. Num evento em especial, compareci e o projetor não estava a funcionar – não consegui exibir os meus slides. Basicamente tive que improvisar. Estava tão nervoso e preocupado que quase cancelei o evento. Achei que era ridículo cancelar um evento só porque os meus slides não estavam a funcionar, então juntei toda a minha coragem e avisei os organizadores que provavelmente seria uma das minhas piores apresentações. Como não tinha recursos visuais, tive que explicar as experiências como uma história (sem números) e depositar a confiança em exemplos de pessoas reais que havia ensinado em vez de casos de estudo formais. No final do discurso, o público levantou-se e explodiu em aplausos. Foi uma pequena audiência de cerca de 25 pessoas, mas ainda estava chocado! Obtive alguns dos melhores comentários que já recebi, e tudo por causa daquele discurso. Porquê? Porque usei histórias para ilustrar os meus pontos de vista, em vez de factos e números soltos.”

Pense nos três principais problemas do seu discurso. Agora pense em histórias para demonstrá-los.

Pense nas três principais soluções do seu discurso. Agora pense em histórias de pessoas que as usaram.

 

9- Utilize uma app

A tecnologia pode ser uma ferramenta incrível para os oradores. Existem dezenas e dezenas de apps disponíveis, que podem ajudá-lo a aprimorar a sua tarefa. Algumas recorrem à realidade virtual, enquanto outras funcionam como um teleponto ou até ajudam a recolher as opiniões do público.

No vídeo abaixo poderá ouvir a autora de bestsellers e investigadora Vanessa Van Edwards a fazer uma review das suas 6 apps favoritas que poderá usar antes do próximo evento.

 

10- Sorria. Sorria muito.

Como é óbvio, isto não quer dizer que deva colocar uma série de piadas no seu discurso – embora fosse engraçado se fizesse isso. É quase impossível tentar inventar piadas que não fluem naturalmente, então, em vez disso, considere adotar uma atitude de (sor)riso. Os melhores oradores, os que receberam ovações em pé, são normalmente pessoas que sorriem com a sua expressão e que sorriem mentalmente durante uma conversa, mesmo quando o assunto é sério. Sorrir mentalmente significa não só uma adotar uma postura positiva, como também criar uma empatia que leve o público a olhá-lo e ouvi-lo como um velho amigo.

Assista ao Ted Talk de Ken Robinson – legendado em Português – e veja o trabalho incrível de manter a mentalidade de sorriso. Ao longo da sua apresentação, Ken conta piadas, mas também dá a sensação de que cada elemento do público é um velho amigo e está prestes a se divertir:

Mas como é que pode criar uma mentalidade assim?

  • Crie uma piada interna. Os comediantes de stand-up fazem isto muito bem. Criar chavões ou muletas e repeti-las no contexto de uma piada é uma técnica muito utilizada. Um exemplo relativamente recente foi utilizado pelo comediante Bruno Nogueira ao fazer uma brincadeira com Francisco Pinto Balsemão – fundador e presidente do grupo Impresa – no aniversário do canal SIC. Ao aparecer junto do bolo de aniversário, Francisco Balsemão foi apelidado por “Senhor do bolo” ao longo de todas as piadas de Bruno Nogueira. No final do espetáculo, bastava dizer as palavras “senhor do bolo” que a audiência ria-se automaticamente. Ele criou uma piada interna com o público – engraçada e poderosa.
  • Teatro. Às vezes, um levantar de sobrancelhas bem colocado ou um suspiro exasperado, podem preparar o público para uma mentalidade de riso. Lembre-se de algumas das suas histórias que pensou no ponto 8. Será que pode representar alguns aspectos das suas histórias? O seu filho fez algo engraçado? Consegue imitá-lo? Passou por alguma situação embaraçosa? Piscar de olho. Tente complementar as suas palavras com expressões. Isso irá criar uma efeito positivo no público.
  • Sorria para inspirar. Quando sorri, deixa uma pista inconsciente ao público para relaxar e sorrir consigo.

 

11- A plateia perdoa erros

Não se culpabilize se errar. Segundo o livro “Um. . .: Slips, Stumbles, and Verbal Blunders, and What They Mean”, do autor Michael Erard, os erros de fala como gaguejar e esquecer palavras, ocorrem em média uma vez a cada dez palavras. Michael afirma mesmo “Se as pessoas falam em média 15 mil palavras por dia, isso dá um total de 1500 erros verbais por dia”.

“Errar é humano” e o público reconhece e entende isso. Se errou, siga em frente. O mais importante é a forma como recupera desse erro e qual a sua reação. Isso poderá determinar a forma como o público irá olhá-lo durante o resto da palestra.

 

12- Aprenda com os melhores

Por vezes é preciso assistir a uma palestra incrível para se inspirar. E nem sempre é essencial que seja num evento importante. Poderá aprender muito com oradores de rua que simplesmente estão a vender algum artigo, a contar uma história ou a representar uma peça. Estar exposto em público ensina da forma mais rápida (e por vezes cruel) como trabalhar a assistência. Irá sempre aprender algo com eles e pode reter algumas ideias para utilizar no futuro.

O mais importante é ter contacto com o máximo de oradores possível, seguir os bons exemplos e referências atuais, ver vídeos, ler e, finalmente, colocar tudo em prática.

 


Lembre-se de praticar estas técnicas até que eles se tornem suas. E o mais importante, sempre fale a partir do coração e diga sempre a verdade. A autenticidade e a honestidade são o mais importante.

Resumindo.

Para se tornar um melhor orador e domine a arte de falar em público, siga as seguintes estratégias:

  1. Início e final com impacto

  2. Treine e grave as suas falas

  3. Envolva o público

  4. Tenha atenção à linguagem corporal

  5. Teste os seus equipamentos

  6. Resolva um problema

  7. Tenha o público a seus pés

  8. Conte uma história.

  9. Utilize uma app

  10. Sorria. Sorria muito.

  11. A plateia perdoa erros

  12. Aprenda com os melhores

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