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LEWIS

Por

LEWIS

Publicado em

Setembro 17, 2018

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storytelling

Não podemos negar. Nós, seres humanos, somos criaturas muito emocionais.


As emoções podem fazer-nos reagir, pensar e sentir imensas coisas. Segundo a Roda as Emoções de Robert Plutchik, existem 8 dimensões de emoções primárias – surpresa vs. antecipação, raiva vs. medo, felicidade vs. tristeza, confiança vs. repugnância – estes podem ser combinados e misturados em várias e diferentes formas. Mas, todas estas emoções são derivadas de experiências subjetivas.

Como especialistas no campo da comunicação, é nosso trabalho aproveitar essas emoções e escolher quais queremos fomentar nas pessoas de forma a partilhar uma mensagem, uma forma de fazer isso é através do storytelling.

Mas antes de mergulharmos na forma como podemos fazer isto, é importante perceber o porquê do storytelling ser tão importante.

Histórias

Histórias são contadas desde os primórdios do ser humano, através de marcas em cavernas datadas de há 35.400 anos atrás, ou contos de fadas derivados de livros escritos há séculos atrás. Nós ensinamos os nossos filhos através de músicas infantis, passamos horas a ver a Netflix, e ficamos fascinados com a vida das pessoas nas redes sociais.

Mas a razão pela qual somos atraídos pelas histórias é pela forma que elas nos fazem sentir. Um bom livro pode transportar-nos para um mundo completamente diferente e um filme pode inspirar-nos a seguir determinados caminhos das nossas vidas. Elas permitem-nos viver diferentes experiências, moldar as nossas decisões e desenvolver a nossa moral. Isto é devido às emoções que elas criam – elas permitem-nos sentir empatia por uma história verdadeiramente triste ou felicidade e aspiração por uma história forte.

Atividade cerebral 

Foi também descoberto que as histórias afetam os nossos cérebros de diferentes maneiras, quando ouvimos uma história, várias partes do nosso cérebro são envolvidas.

  • Ligação neurológica – as histórias ativam parte do cérebro que permitem ao ouvinte transformar a história nas suas próprias ideias e experiências.
  • Paralelismo – os ouvintes não vão apenas experienciar atividades cerebrais similares, entre si, mas também os oradores.
  • Dopamina  – é libertada no sistema quando o sujeito experiencia um evento de grande carga emocional, tornando-o fácil de recordar, com grande precisão
  • Ativação cerebral adicional – Quando processamos uma história, duas áreas do cérebro são ativadas – Broca e Wernicke, ambas estão ligados ao processo de linguagem humana. Mas, uma história bem contada pode envolver mais áreas adicionais, incluindo o córtex motor, córtex sensorial e córtex frontal.

Esta atividade cerebral aumenta as possibilidades de memória e envolvimento, e é frequentemente conhecido que as pessoas esquece-se dos fatos mas lembram-se das histórias –  por exemplo, o Método de História é usado para ajudar os alunos na memorização para as épocas altas de exames e no tratamento de doentes com Alzheimer. Isto acontece porque as histórias permitem-nos digerir a informação mais facilmente se estiverem ligadas a uma emoção, o que suscita estímulos no cérebro.

Mas, como é que nós podemos aproveitar isto?

Contar uma história

Na indústria da comunicação, devemos nascer já sendo storytellers uma vez que o nosso trabalho é contar a história dos nossos clientes. Isto significa ser criativo e usar métodos que inspirem a criatividade.

Existem muitos métodos, diferentes, de storytelling, o primeiro que eu ensinei e usei no dia-a-dia é o método de storytelling de Simon Sinek, que começa com o ‘Círculo Dourado.’

  • O QUÊ (o que faz?) – todas as empresas sabem o que fazem – esses são produtos ou serviços que eles vendem.
  • COMO (como é que faz o que faz?) – algumas organizações sabem como fazem – estas são as coisas que os tornam especiais ou as atiram para fora de competição.
  • PORQUÊ (Porque faz aquilo que faz?) – não são muitos os que sabem porque fazem aquilo que fazem – porque não se trata de fazer dinheiro. Porque é um propósito, causa ou crença. É a razão pela qual as organizações existem.

Em tudo aquilo que nós fazemos, devemos começar com um ‘PORQUÊ’. Qual é o propósito da empresa? As pessoas não se preocupam com o produto, preocupam-se com o problema a sua fixação e solução. O problema é aquilo que vai agitar a emoção e o ‘Porquê’ de uma empresa é a solução para isso.

Os elementos

Juntamente com o ‘Porquê’, surge a necessidade dos elementos básicos para contar a história da empresa. Mais uma vez, estes são métodos nos quais eu fui treinada e agora sigo de forma inflexível, e isto garante que de cada vez que cheguemos a uma proposta, uma campanha, ou a qualquer nova ideia, em geral, possamos assegurar que é criativa:

  • Drama – cabe-nos a nos encontrar o problema que o nosso cliente resolve. Um elemento de más notícias vai criar emoções e fazer com que as pessoas se preocupem com aquilo que dizemos. Depende de nós sermos ou não severos, mas estamos finalmente a fornecer a solução para o problema.
  • Relevância – a história precisa de grande atualidade e de estar ligada a qualquer tipo de evento. Isto pode ser através de agendas de notícias, um evento real, ou criando o nosso próprio evento através de uma história que demonstre novos dados.
  • Identificação – as pessoas precisam identificar-se com a história a fim de que se importem de a ouvir.

Ao usar todos os elementos acima mencionados, podemos ser criativos ao máximo.

Educação

Qualquer um de nós que já pegou num telefone para ligar a um jornalista com material de venda sabe que eles não querem ouvir um discurso de marketing. Não vai receber uma boa resposta – o que não é apenas prejudicial para a empresa, mas também para os clientes por quem falamos.

Portanto, cabe a nós educar aqueles que trabalham connosco sobre a necessidade de criatividade para obter resultados. Se não fizermos isso, não estamos a fazer bem o nosso trabalho. Somos consultores – é o nosso trabalho consultar.

Ser criativo é uma das principais razões do porquê de tantas pessoas trabalharem com comunicação, e o storytelling é a principal forma de injetar criatividade em tudo o que fazemos. Ao seguir estes métodos, podemos garantir que aproveitámos ao máximo as nossas mentes e o tempo que dedicamos ao nosso trabalho árduo.

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