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LEWIS

Por

LEWIS

Publicado em

Março 19, 2021

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Relações Públicas, tendências

O mundo mudou e o digital nunca teve um papel tão central nas nossas vidas. Por isso, conheça as tendências a seguir pelas Relações Públicas que vieram para ficar.


2021 marca o início de uma nova era em que a forma de nos relacionarmos dificilmente voltará a ser a mesma. A transição para um mundo digital não é nova, mas em 2020 acelerou de forma indelével, o que alterou a forma como as empresas encaram os seus negócios. Uma realidade que coloca novos desafios às Relações Públicas, responsáveis pela ponte entre as empresas e os seus parceiros e clientes. Partilhamos por isso quatro tendências de relações públicas que vão marcar a ação no próximo ano:

  1. Eventos Virtuais
  2. Posicionamento Sustentável
  3. Influencers
  4. Short-form videos
  1. Eventos Virtuais

Os eventos virtuais generalizaram-se em 2020, devido ao contexto global que colocou o mundo em casa. Num curto espaço de tempo, a procura de soluções para reajustar cada organização tornou-se uma prioridade e os eventos virtuais tornaram-se a escolha óbvia para as empresas estabelecerem e manterem uma relação de contacto contínuo com os seus colaboradores, parceiros e clientes. Uma nova abordagem que tudo indica será a tendência de futuro.

Um estudo do site Grand View Research, que dá como exemplo os Estados Unidos, estima um crescimento dos eventos virtuais entre 2020 e 2027 na ordem dos 23% ao ano, e centrado em quatro vertentes: comunicação; recrutamento; marketing e vendas; e formação. Um indicador que anula qualquer tendência reversiva para a realidade conhecida até janeiro de 2020 quando a pandemia ainda não existia.

À luz deste contexto, e mesmo perante a esperada hipótese de um regresso à normalidade durante 2021, o potencial e a vantagem experimentada pelos eventos virtuais durante 2020 conferiu-lhes espaço e importância ímpares.

Algumas das principais vantagens face aos eventos presenciais são:

  • Redução de custos
  • Economização de tempo
  • Agilização de agendas
  • Alcance de uma audiência global
  • Estabelecimento de contactos
  • Medição de resultados quantitativos e qualitativos

Eventos Virtuais

Os eventos virtuais permitem aos profissionais de Relações Públicas agilizar os processos de comunicação interna e externa, reforçar e fomentar a criação de laços numa audiência global através de uma agenda flexível e permanentemente adaptável às necessidades da empresa, equipa, parceiros e clientes. Um alcance que permite também uma exata aferição de resultados e de feedback imediatos, bem como uma redução de custos na ordem dos 75% face aos eventos tradicionais, segundo os dados apresentados pela Cisco, empresa líder em Tecnologias da Informação a nível mundial.

Os dados reportam que 87% dos inquiridos afirma que pelo menos 50% dos eventos devem manter-se virtuais quando as restrições forem levantadas; e 81% afirma que os eventos virtuais são iguais ou até mesmo preferíveis aos eventos presenciais. Números que espelham de forma evidente a mudança para um mundo cada vez mais digital.

De acordo com a agência de gestão de eventos virtuais e de conferências sustentáveis MeetGreen: “num evento de cinco dias com 2500 pessoas, são utilizados até 65.500 pratos descartáveis, 87.500 guardanapos, 75.000 chávenas e consumidas 90.000 latas ou garrafas”, despesas anuladas em 100% num evento virtual, o que coloca também os eventos virtuais no patamar da sustentabilidade, o grande foco global da atualidade e a direção de futuro que deve fazer parte da estratégia de todas as empresas.

  1. Posicionamento Sustentável

O conceito de sustentabilidade marca a atualidade e deve estar patente na mensagem de qualquer empresa, bem como assumir um pilar central da sua atuação. Ser sustentável é estar posicionado com o olhar no futuro e a preocupação no presente. Uma visão que tem de fazer parte da estratégia de comunicação de todas as empresas e a que os profissionais de Relações Públicas têm de prestar especial atenção no “mundo híbrido” (físico e digital) que hoje partilhamos.

A visão sustentável de uma empresa pode dividir-se em duas vertentes:

  • O impacto da empresa no meio ambiente
  • O impacto da empresa na sociedade

Quando uma empresa define uma estratégia de atuação sustentável, esta assume um compromisso de responsabilidade social e ambiental que implica a alteração de métodos e técnicas “tradicionalmente” utilizados, o que não significa que o negócio saia prejudicado. A sustentabilidade também é sinónimo de maior eficácia operacional, pela redução do desperdício.

Um bom exemplo de uma empresa que adotou um posicionamento sustentável para o seu negócio e o tornou uma bandeira da sua comunicação é a Lego. Entre as várias medidas adotadas, decidiu reduzir em 14% o volume das suas caixas, o que lhe permitiu poupar cerca de 7.000 toneladas de cartão entre 2013 e 2014, este último, ano em que passou a integrar o World Wildlife Fund Climate Savers Partner.

Um ano depois, em 2015, investiu cerca de 130 mil euros num Centro de Materiais Sustentáveis e em 2018 lançou as primeiras peças criadas de forma sustentável baseadas em cana de açúcar – uma medida que reduziu a utilização de plástico à base de petróleo. Medidas que caminham para um objetivo comum: em 2030 a Lego quer que todos os seus produtos sejam criados unicamente com o recurso a materiais sustentáveis.

Comunicar o impacto e a visão sustentável de uma empresa, bem como envolver parceiros e clientes na mensagem, é sinónimo de reforço no posicionamento de um negócio tanto na sua área de atuação, como enquanto player chave no contributo para uma sociedade mais sustentável e amiga da ambiente. Um posicionamento que deve ser central na estratégia de comunicação das Relações Públicas em 2021.

  1. Influencers

Os influencers (influenciadores digitais) são o presente e o futuro nas plataformas sociais e uma peça fundamental nas estratégias de comunicação das Relações Públicas na atualidade. Estas ‘figuras estrela’ em diversas áreas de atuação, viram a sua importância e relevo ser reforçado em 2020 devido ao confinamento pois, segundo um estudo da agência Matter Communications que utiliza os EUA como exemplo, aumentou o tempo de permanência dos utilizadores nas plataformas sociais e de consumo de conteúdos produzidos pelos influencers.

O estudo refere também que nas plataformas sociais a confiança na informação de um influencer ou conhecido (familiar ou amigo) é de 61%, ao passo que a confiança na informação de uma marca se fica pelos 38%. Já dentro dos influencers, são aqueles com que o público sente maior empatia e identificação os preferidos dos consumidores (60-70%), seguidos dos especialistas (50-58%) e das celebridades (17-22%). Dados a que se junta um tópico chave: 82% dos consumidores adquiriu, considerou adquirir ou pesquisou um produto ou serviço após ver uma publicação de um amigo, familiar ou influencer.

O processo que gera este elevado nível de confiança nos influencers é simples: um influencer atinge uma audiência que escolhe segui-lo voluntariamente; encontra-se por isso próximo desta, com a qual contacta de forma indireta – publicações ou stories – e direta – passatempos e/ou mensagens; a audiência, enquanto ‘seguidora’, é potencialmente recetiva a toda a sua comunicação; o impacto de cada mensagem torna-se por isso direto, imediato e ‘influente’ em cada seguidor, que confia e se identifica com o ‘seu’ influencer, o que estreita a relação de proximidade entre ambos e reforça o poder unidirecional da informação veiculada.

A importância de um influencer pode resumir-se nos seguintes fatores:

  • Nível de exposição
  • Proximidade com a audiência
  • Confiabilidade da audiência
  • Impacto da mensagem

Os influencers têm posicionamentos temáticos e públicos distintos e podem ser classificados em função do número de seguidores. Embora não exista um consenso, consideraremos esta divisão: Mega >1M; Macro 10K-999K; Micro >10K. Por tudo iso, a escolha de um influencer como parceiro deve assegurar que as suas características se enquadram com os objetivos do negócio e com a imagem da empresa.

A Adidas é um bom exemplo de uma grande marca que colheu os frutos de uma estratégia de comunicação impulsionada por influencers. Em 2015, a Adidas lançou uma campanha na rede social Instagram com influencers para promover o modelo de ténis Neo Shoot. A campanha centrou-se no público jovem e tinha dois objetivos claros:

  • Fomentar a empatia entre o público e a marca
  • Estimular a produção de conteúdos próprios por parte do público

Sob o mote #MyNeoShoot, a campanha envolveu vários influencers, como a cantora Selena Gomez – que em 2015 contava com cerca de 46 milhões de seguidores e atualmente com 195 milhões – como figura central. Ao mesmo tempo, a marca estimulou a publicação de conteúdos com o #MyNeoShoot nas contas pessoais dos utilizadores, que se habilitavam a ganhar um dos seis pares de Adidas Neo Shoot sorteados nesta iniciativa.

Contas feitas, no final da campanha a Adidas recebeu cerca de 12.000 respostas, o #MyNeoShoot teve 71.000 menções e a página no Instagram ganhou 41.000 novos seguidores. Como resultado, no espaço de um ano – entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016 -, a campanha contribuiu para a Adidas aumentar em 24% as suas vendas, quando a Nike registou apenas um crescimento de 9,1% no mesmo período.

Nos dias de hoje, e passados seis anos desta iniciativa, os influencers têm um impacto mediático muito superior, com reconhecida eficácia junto dos consumidores. Um protagonismo que foi reforçado por um ano de 2020 atípico e que os tornou num parceiro essencial a incluir nas estratégias de comunicação desenhadas pelos profissionais de Relações Públicas para 2021.

  1. Short-form videos

Os short-form videos (vídeos de curta duração) são a grande tendência para 2021 nas redes sociais e um denominador essencial nas estratégias dos profissionais de Relações Públicas. Um formato que ganhou maior protagonismo com o crescimento dos utilizadores da rede social TikTok nos últimos meses.

Segundo a plataforma analítica Airnow Data, só em março a aplicação TikTok registou 76 milhões de downloads e foi a rede social mais descarregada nos meses subsequentes.

O impacto não passou indiferente ao olhar da concorrência e em agosto foi lançado o Instagram Reels, também centrado na gravação de short-form videos: um ou mais pequenos vídeos que podem ser compilados num bloco com duração máxima de até 30 segundos – no TikTok podem ter até 60 segundos. A edição do vídeo pode ir desde a alteração da própria velocidade de reprodução, à introdução de música ou efeitos antes da sua partilha no feed ou nas stories do Instagram ou do envio via mensagem privada.

Um mês depois chegou a aplicação Shorts. A plataforma do Youtube para gravar e publicar short-form videos com duração máxima de 15 segundos que tem genericamente as mesmas características dos concorrentes TikTok e Instagram Reels.

Os short-form videos estão numa clara fase de expansão, tanto no número crescente de plataformas disponíveis, como na procura por parte dos utilizadores. Mas o que os torna tão populares?

Aqui ficam as suas principais vantagens:

  • Fáceis de produzir
  • Rápidos de consumir
  • Partilháveis
  • Conteúdos diversificados e surpreendentes
  • Mensagens de fácil perceção
  • Formato direcionado para as redes sociais

Uma fórmula em expansão, os short-form videos representam um ‘fast food’ comunicacional, com a mensagem a alcançar um público abrangente que facilmente a ‘digere’ e partilha através das plataformas cada vez com maior expressão, as redes sociais. Ingredientes que tornam esta uma ferramenta essencial das estratégias de comunicação das Relações Públicas para 2021, um ano que traz muitos desafios a todos os profissionais pela rápida transformação digital que todos vivemos.

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