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LEWIS

Por

Freek Janssen

Publicado em

Novembro 17, 2014

Tags

Comunicação, Informação

Daqui a 1000 anos, as duas únicas coisas que vão ser recordadas da história atual, vão ser a primeira viagem da Apollo 21 à lua em 20 de Julho de 1969, e o desenvolvimento das comunicações em tempo real, ligando os seres humanos uns aos outros.
Eu sou um grande fã de história e sou ainda mais fascinado pela ideia em olhar para trás no tempo, a partir do futuro. Ajuda a colocar as coisas noutra perspetiva. Mas a ideia da revolução das comunicações de David Meerman Scott, da Internet ser o desenvolvimento mais importante dos nossos tempos, captou a minha atenção. De repente eu percebi que nós só não estamos no meio da revolução, como também somos parte central, como profissionais de RP. Temos que ajudar as organizações, as empresas com quem trabalhamos a comunicar com o grande público em tempo real.

Que responsabilidade

É uma enorme responsabilidade. Eu não consigo pensar em nenhum momento da história económica, como as empresas mudaram tão rapidamente a comunicação. E nós somos quem leva a tocha. Podem-me chamar ingénuo, mas deixem-me tranquilizá-los: esta não é a primeira vez que fui confrontado com a ideia que a internet está a mudar a maneira como as marcas comunicam. Muito pelo contrário: eu falo com os meus clientes sobre isso todos os dias. Mas o que me impressionou foi a perspetiva histórica, e consequentemente, o que isto significa para a maneira como o poder é distribuído.

Distribuição da informação e o poder

Existem dois grandes marcos do desenvolvimento da comunicação humana, de acordo com o David Meerman Scott: a invenção da imprensa no século XV e a adesão da internet – pela qual estamos a passar agora. (Alguém poderia argumentar que a invenção da escrita deveria constar nesta lista, uma vez que separa a era pré-histórica da história documentada).

Isto divide a história da comunicação em três grandes marcos:

  1. A era da imprensa escrita (início da humanidade até meados dos anos 1400)
  2. A era da informação impressa
  3. A era da internet e telemóveis

Informação é poder, e por isso as mudanças na propriedade e na distribuição de informação teve um profundo impacto sobre a forma como o poder foi distribuído. Na era da imprensa escrita, o conhecimento era muito caro, tinha que ser memorizado ou escrito à mão. Aqueles que conseguiam ler e escrever tinham um enorme poder sobre os que não conseguiam. A invenção da imprensa em 1439 fez com que a produção em massa de informações fosse possível. Significava que as pessoas comuns tivessem acesso a livros, tornavam-se mais inteligentes e já não tinham de se apoiar nos líderes religiosos para lhes contarem a verdade: saída da idade Média, e entrada no Renascimento. Passando a 1995. O Netscape foi introduzido, e foi o primeiro produto popular a permitir o acesso fácil à Internet e à navegação. A Internet introduz a livre informação. Já não precisamos da enciclopédia britânica na estante, quando podemos pesquisar por informação no Google ou na Wikipedia.

Além disso, podemos falar e partilhar a nossa opinião: qualquer pessoa com conta no Twitter ou em algum site pode potencialmente atingir milhões de pessoas – não só jornalistas. Devido aos nossos dispositivos móveis, podemos fazer isso em qualquer lugar, a qualquer momento. Embora ainda estarmos no meio da mais ‘’importante revolução da comunicação’’, como Scott diz, é bastante claro o que significa para a distribuição do poder: já não precisamos de confiar em líderes governamentais, jornalistas, académicos e empresas de informação. As pessoas podem partilhar informação com qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer hora do dia. Em tempo real.

Consultoria em como comunicar

Nos tempos que correm, aqui estamos nós, como especialistas, a dar conselhos para organizações sobre como comunicar. Existem tantas maneiras como a Internet está a mudar a comunicação. O universo de influenciadores tornou-se muito mais complexo: nós já não dependemos somente dos jornalistas para fazer chegar a nossa mensagem, mas também dos bloggers, dos utilizadores influentes das redes sociais. As marcas têm as ferramentas para se tornarem editores: qualquer um pode começar um blog, um site de notícias ou uma revista online – muitas vezes referida como brand journalism. Devido a qualquer pessoa poder publicar informações em qualquer lugar e a qualquer hora, tornou-se mais difícil o seu conteúdo ser notado. As pessoas processam 20 vezes mais informação numa base diária do que há 20 anos atrás. É fácil escrever um tweet, colocar um post ou publicar um vídeo no Youtube. Embora tenha potencial para atingir milhões de pessoas, muitas vezes não acontece. Na batalha por visualizações, é importante:

  1. Ser criativo
  2. Ser ainda mais criativo
  3. Encontrar o público e os canais mais corretos, e ainda ter tempo para atingir o público
  4. Faça com que seja fácil o público encontrar a informação, caso eles queiram ver mais tarde (SEO)
  5. Saber sobre o que as pessoas falam e adicionar algo de valioso a conversa (newsjacking)
  6. Encontre pessoas influentes e dê razões para escreverem sobre si (não só jornalistas)
  7. Seja pessoal: as pessoas gostam de falar diretamente
  8. Seja uma pessoa agradável, genuíno, honesto e realista
  9. Nunca se esqueça de continuar a ser criativo
  10. Crie listas dos 10 melhores (as pessoas gostam disso)

Ser notado deixou de ser difícil, mas as regras ficaram mais complexas. Um RP não é tão simples como era em 1995 (quando não só o Netscape foi introduzido, e também a LEWIS PR). A comunicação em tempo real é muito emocionante, mas nem sempre é fácil de fazer, e muito menos explicá-lo para o mundo.

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