Não é surpreendente para os profissionais de relações públicas quando vêm o cargo de PR Manager, regularmente rotulado como um dos 10 empregos mais stressantes do mundo. Muitos profissionais parecem ter aceite o seu destino sabendo que, no que toca ao balanço trabalho-vida pessoal, o último reserva menor atenção. Mas há uma boa notícia: não tem de ser sempre assim. Apesar de todo o stress, datas de entregas e pressões, é possível manter um equilíbrio saudável. Ironicamente, só tem de trabalhar nesse sentido!
Responsabilidade Partilhada
Inicialmente isto parece um paradoxo, mas um bom ponto de partida será olhar para quem é responsável por garantir que os colaboradores têm uma vida equilibrada entre o trabalho e a vida pessoal. Apesar das empresas acarretarem alguma responsabilidade (atendendo a que muitos anúncios de emprego, hoje em dia, já sublinham o balanço entre o trabalho e a vida pessoal, como uma das vantagens) muitas vezes esquecemo-nos de que este balanço não depende exclusivamente das empresas. Os colaboradores também devem tomar a iniciativa na promoção deste equilíbrio, especialmente no que diz respeito a trabalhar horas extra.
Muitos profissionais de RP começam o seu dia muito cedo, ou ficam no escritório até tarde, consumindo o seu tempo pessoal. Os negócios raramente são organizados para evitar estas situações de acontecerem, apesar de bons empregadores não encorajarem estas situações. Por outro lado, a área de relações públicas também não funciona de forma taxativa das 9h às 17:30h. Idealmente, deverá alinhar o seu tempo no escritório o mais possível com o definido nas horas de trabalho. Temos sempre que ajustar a nossa disponibilidade e essa é a natureza dos nossos empregos. Mas é da nossa responsabilidade, e não dos nossos empregadores, garantir que somos recompensados.
Sempre On, Nunca Off
O mesmo se aplica a comunicações fora do horário de trabalho. As sociedades digitais de hoje, com a sua mentalidade de disponibilidade constante está a contribuir para esgotamentos pessoais e profissionais. Mais do que antes, existe uma expetativa para que os profissionais de RP estejam disponíveis 24/7. É muito fácil os colaboradores converterem-se à expetativa não verbalizada de estar sempre “conectado”, ao transformarem o seu telefone pessoal numa plataforma de trabalho e responder a emails com rapidez. O que pode parecer um hábito inofensivo pode deteriorar a sua qualidade de vida. Se interrompermos constantemente o nosso tempo fora do trabalho, como conseguiremos recuperar de um dia ou semana stressantes? Temos de dar tempo às nossas mentes para descansar.
Apesar de muito velho, o mantra que diz “it’s PR, not ER” (é relações públicas, não urgências), ainda é verdade. Na maioria dos casos não há a necessidade de monitorização contínua do email. Caso surja uma crise será, certamente, contactado pelo seu cliente, ou colegas, através de meios mais diretos, tais como uma chamada, ou uma mensagem. Na maioria das vezes não será necessário envolver-se. Preocupar-se com algo que não consegue resolver vai apenas impedi-lo de descansar.
Seria, naturalmente, uma ilusão pensar que o trabalho de relações públicas se cinge apenas a um trabalho das 9h às 17h. Por outro lado, também não tem de ser uma tarefa 24/7. Devido à natureza desta profissão, que vive de notícias de última hora e da monitorização e controlo de discussões públicas, isto nunca será possível. Assim, precisamos de ter controlo das horas que trabalhamos e, consequentemente, do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Finalmente, é da nossa responsabilidade definir o limite e respeitá-lo. Se não formos nós a fazê-lo, mais ninguém o fará e a ideia ilusória de equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal permanecerá isso mesmo, uma ilusão.