O contexto complexo em que vivemos, há já um ano, à escala global trouxe novos desafios para o centro da discussão. As organizações viram-se forçadas a alterar processos e formas de trabalhar de um dia para o outro; e o teletrabalho, que já era uma tendência, tornou-se uma inevitabilidade em muitos setores.
Uma das questões mais prementes é quando (ou se) os trabalhadores desses setores vão regressar ao escritório – e em que moldes. Poderão algumas pessoas optar por ficar em regime remoto a 100%? Caminharemos para um formato híbrido para todos? Ou o melhor é mesmo recuperar o modelo tradicional assim que possível?
Neste quadro de mudança estrutural, cujo desfecho variará de país para país, de empresa para empresa, ou até mesmo de colaborador para colaborador, a comunicação corporativa desempenha um papel fundamental, uma vez que é crucial para o acompanhamento dos trabalhadores.
Nesse sentido, é possível que, ao longo deste ano, se dê continuidade às soluções adotadas ao longo de 2020 e que surjam também novas abordagens. A LEWIS estudou o assunto e deixa-lhe uma síntese daquilo que pode esperar.
Quatro tendências de Comunicação Interna para 2021
1. Reafirmação da importância da Comunicação Interna
Sabemos que a eficácia de uma transformação organizacional reside, em grande medida, no envolvimento dos colaboradores. Ora, a pandemia “agitou” a relação entre empregador e colaborador de uma forma sem precedentes. Num contexto em que o trabalho foi transportado para casa, misturando dois universos, tornou-se fundamental assegurar a confiança das pessoas e trabalhar no sentido de as manter motivadas e unidas.
Ao longo dos últimos meses, as empresas foram também obrigadas a uma constante adaptação a novas regras de contenção do vírus, por exemplo. Nunca tantas mudanças ocorreram tão depressa.
Comunicar internamente de forma rápida, eficaz e empática tornou-se, por isso, uma preocupação central das empresas, o que reposicionou a comunicação interna como uma área da maior importância. A tendência é que essa relevância se mantenha, e que as iniciativas de comunicação interna ganhem mais força ao longo do ano – quer em formato digital, quer presencial, nos casos em que isso volte a ser possível.
A comunicação interna ressurge como uma peça fundamental à coesão das organizações no “novo normal”
2. Aceleração da transformação digital
Se a transformação digital já era um tema central na área da comunicação corporativa, em 2020 tornou-se impossível voltar atrás. A adoção do teletrabalho levou a uma reavaliação das ferramentas tradicionais de comunicação interna. Os folhetos informativos e as reuniões semanais na sala de conferências tiveram rapidamente de ser substituídos por alternativas digitais.
Ao longo de 2021, os profissionais de comunicação interna vão precisar de continuar esse processo de modernização; e de encontrar estratégias para chegar a todos os colaboradores: aqueles que estão no escritório e aqueles que estão em casa, num espaço de co-work ou temporariamente noutra cidade.
Espera-se também a modernização dos próprios canais. Em muitos casos, o e-mail e a Intranet já não bastam para captar a atenção dos colaboradores– e, sobretudo, para estabelecer linhas de comunicação rápidas, eficazes e acessíveis a partir de qualquer dispositivo. Aplicações de chat e videochamada, conferências online e iniciativas remotas de employer engagement podem fazer a diferença no diálogo com as equipas. No que toca aos formatos, o vídeo continua a ganhar terreno à imagem; e o mobile é, cada vez mais, um dispositivo incontornável.
A tendência é que o digital continue a desempenhar um papel central nas dinâmicas de trabalho do pós-pandemia
3. Promoção da empatia e da escuta ativa
Estudos recentes indicam que caminhamos para uma maior humanização do trabalho e valorização dos colaboradores. E se, por um lado, isto passa por promover o seu desenvolvimento profissional, por outro é cada vez mais importante ter também em conta outras dimensões da relação entre a entidade empregadora e as equipas – como a saúde e bem-estar individuais.
De facto, a pandemia colocou a saúde física e mental das pessoas no dia-a-dia das empresas. Nesse sentido, não é surpreendente que uma das grandes tendências de comunicação interna para 2021 seja uma nova abordagem à saúde dos colaboradores. Ir ao encontro das suas preocupações, saber como se sentem, combater as dificuldades do quotidiano e estabelecer linhas de comunicação bidirecionais é, para além de uma tendência, uma abordagem benéfica tanto para as pessoas como para as organizações, uma vez que promove a motivação, a produtividade e a retenção de talento.
Já sabe: aposte em ferramentas que permitam obter feedback dos colaboradores, seja qual for a sua função ou posição no organograma.
A saúde (física e mental) dos colaboradores deve ser tida em conta pelos profissionais de comunicação interna
4. Maior colaboração entre departamentos
A par de uma maior aproximação entre os líderes e as equipas, a pandemia gerou novos desafios e dificuldades, e, nalguns casos, promoveu uma maior colaboração entre diferentes funções dentro de uma mesma organização. No “novo normal”, os profissionais de comunicação interna podem beneficiar da cooperação com os departamentos de marketing e de recursos humanos, por exemplo. Discutir, em conjunto, a melhor maneira de ir ao encontro das necessidades dos trabalhadores da empresa pode contribuir para a manutenção de uma relação de confiança transversal e duradoura.
A colaboração entre diferentes equipas pode ser produtiva para a transformação organizacional em curso
Em suma, a chave é adotar uma perspetiva employee-centered, procurar ferramentas digitais e omnicanal que promovam fluxos de comunicação eficazes e transparentes, estimular um diálogo frequente entre pares, equipas, coordenadores, departamentos e administradores, investir na transformação digital e manter uma escuta ativa.
Descubra também o que pode esperar, em 2021, no campo das redes sociais, relações públicas e marketing digital.
